quarta-feira, 29 de abril de 2009

Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer (DA) é a causa de demência mais comum, sendo responsável por cerca de 4 milhões de casos. O risco da doença aumenta exponencialmente com a idade, dobrando a cada cinco anos a partir dos 65 anos de idade. A DA atinge cerca de 50% da população com 85 anos ou mais. Como a população idosa vem crescendo rapidamente nos países desenvolvidos, espera-se que a incidência de DA quadruplique até 2050.


É uma forma de demência devida à morte das células cerebrais que começa por aniquilar a memória e, subsequentemente, as outras funções mentais, determinando completa ausência de autonomia. A doença é frequentemente confundida com arteriosclerose embora não tenha relação com problemas circulatórios.

Muitos casos só são identificados quando a demência atinge um estado avançado. Nesta etapa, o stress das pessoas que cuidam do paciente já é elevado e as opções de tratamento são limitadas.

No início da enfermidade, o doente sofre porque tem consciência das suas limitações e incapacidades. Procura por vezes ocultá-las, manifestando alterações de temperamento e personalidade ou caindo em depressão.

A causa da DA ainda não é conhecida. Existem várias teorias, porém, aceita-se que seja uma doença geneticamente determinada mas não necessariamente hereditária (transmissão entre familiares).

À medida que o mal avança, são os familiares que mais sofrem, assistindo, impotentes, ao declínio mental e físico de alguém que amam. Todos os que vivem em torno do doente acabam por acusar os efeitos desta situação, devidos quer a causas de ordem emocional, quer às inerentes dificuldades económicas.

A doença impõe uma vigilância constante, levando os familiares a confrontarem-se com vários problemas, nomeadamente:
  • Dificuldade de acompanhamento do doente em casa, devidos às obrigações profissionais
  • Despesas elevadas com medicamentos, ajudas técnicas e cuidadores remunerados
  • Resistência de algumas instituições à aceitação dos doentes
  • Incapacidade das instituições que os aceitam de prestarem cuidados adequados
  • Deficiência de formação dos profissionais para cuidarem dos doentes

Quais os sintomas?
No começo são os pequenos esquecimentos, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente.

Para ajudar a determinar quais os sinais de aviso a procurar, a Associação de Alzheimer, elaborou a seguinte lista de controlo dos sintomas comuns da doença (alguns deles podem ser aplicados a outras formas de demência).

Perda de Memória – É normal esquecer ocasionalmente reuniões, nomes de colegas de trabalho, números de telefone de amigos, e lembrar-se deles mais tarde. Uma pessoa com a Doença de Alzheimer esquece-se das coisas com mais frequência, mas não se lembra delas mais tarde, em especial dos acontecimentos mais recentes.

Dificuldade em executar as tarefas domésticas – As pessoas muito ocupadas podem temporariamente ficar tão distraídas que chegam a deixar as batatas no forno e só se lembrarem de as servir no final da refeição. O doente de Alzheimer pode ser incapaz de preparar qualquer parte de uma refeição, ou esquece-se de que já comeu.

Problemas de linguagem – Toda a gente tem por vezes dificuldade em encontrar a palavra certa. Porém, um doente de Alzheimer pode esquecer mesmo as palavras mais simples ou substituí-las por palavras desajustadas, tornando as suas frases de difícil compreensão.

Perda da noção do tempo e desorientação – É normal perdermos – por um breve instante – a noção do dia da semana ou esquecermos o sítio para onde vamos. Porém, uma pessoa com a DA pode perder-se na sua própria rua, ignorando como foi dar ali ou como voltar para casa.

Discernimento fraco ou diminuído – As pessoas podem por vezes não ir logo ao médico quando têm uma infecção, embora acabem por procurar cuidados médicos. Um doente de Alzheimer poderá não reconhecer uma infecção como algo problemático, e não ir mesmo ao médico, ou então vestir-se desadequadamente, usando roupa quente num dia de Verão.

Problemas relacionados com o pensamento abstracto – Por vezes, as pessoas podem achar que é difícil fazer as contas dos gastos, mas alguém com a DA pode esquecer completamente o que são os números e o que tem de ser feito com eles. Festejar um aniversário é algo que muitas pessoas fazem, mas o doente de Alzheimer pode não compreender sequer o que é um aniversário

Trocar o lugar das coisas – Qualquer pessoa pode não arrumar correctamente a carteira ou as chaves. Um doente de Alzheimer pode pôr as coisas num lugar desajustado: um ferro de engomar no frigorífico ou um relógio de pulso no açucareiro.

Alterações de humor ou comportamento – Toda a gente fica triste ou mal-humorada de vez em quando. Alguém com a DA pode apresentar súbitas alterações de humor – da serenidade ao choro ou à angústia – sem que haja qualquer razão para tal facto.

Alterações na personalidade – A personalidade das pessoas pode variar um pouco com a idade. Porém, um doente com Alzheimer pode mudar totalmente, tornando-se extremamente confuso, desconfiado ou calado. As alterações podem incluir também apatia, medo ou um comportamento inadequado.

Perda de iniciativa – É normal ficar cansado com o trabalho doméstico, as actividades profissionais do dia a dia, ou as obrigações sociais; porém, a maioria das pessoas recupera a capacidade de iniciativa. Um doente de Alzheimer pode tornar-se muito passivo, e necessitar de estímulos e incitamento para participar.



Como pode ajudar a Terapia Ocupacional?

A intervenção da Terapia Ocupacional na DA tem como objectivo maximizar a funcionalidade, autonomia e qualidade de vida do paciente, bem como fornecer (in)formação aos prestadores de cuidados.

Procurando prevenir a deterioração das competências cognitivas, sensorio-motoras e sociais do indivíduo, assim como compensar défices já instalados, o terapeuta ocupacional, juntamente com os prestadores de cuidados, pretende proporcionar um ambiente seguro e adequado à condição específica do paciente.



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