sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Escaras de Decúbito

As escaras de decúbito, também conhecidas por úlceras de pressão, consistem em úlceras que se desenvolvem na pele de doentes que estão acamados, inconscientes ou imobilizados por períodos prolongados de tempo. São frequentes em doentes com acidentes vasculares cerebrais ou lesões vertebro-medulares que podem levar à perda de sensibilidade. A humidade constante da pele em doentes com incontinência urinária (uso de fralda) é também um factor de risco.

Estas lesões são causadas por pressão não aliviada que resulta em danos nos tecidos subjacentes (tecido subcutâneo, músculo, articulações, ossos).
As úlceras de pressão geralmente ocorrem nas regiões de proeminências ósseas e são graduadas em diferentes estágios de evolução de acordo com os danos observados nos tecidos.
Quando os doentes passam demasiado tempo na mesma posição exerce pressão contínua sobre pontos específicos denominados como pontos de pressão. Estes pontos estão identificados e são mais sensíveis ao aparecimento de escaras, pelo que devem ser periodicamente inspeccionados. Na figura abaixo podemos observá-los:


Fonte: Guia para prevenção de Úlcera de Pressão ou Escara. Orientação para pacientes adultos e famílias



Como prevenir ou seu aparecimento e/ou evolução?

  1. A pele deverá ser limpa no momento que se sujar ou em intervalos de rotina.
  2. Diminuir os factores ambientais que são propícios a pele seca como: humidade baixa (menos que quarenta por cento) e exposição ao frio.
  3. Evite massagens nas proeminências ósseas. As evidências actuais sugerem que massagem pode causar mais danos.
  4. Minimizar a exposição da pele à humidade devido à incontinência urinária, perspiração ou drenagem de feridas.
  5. As lesões da pele devido a fricção e força de cisalhamento devem ser minimizadas através de um posicionamento adequado e uso de técnicas correctas para transferência e mudança de decúbito. Recomenda-se também que os pacientes não sejam "arrastados" durante a movimentação mas que sejam "erguidos" utilizando-se o lençol móvel.
  6. Se existe um potencial para melhorar a mobilidade do indivíduo deve ser instituído um programa de reabilitação física.
Posicione correctamente o doente. Observe as imagens/indicações que se seguem:


Como deitar um doente de costas (ex: hemiplegia direita)



Como deitar um doente de lado

Indicações:

  1. Altere a posição do doente pelo menos a cada duas horas se não houver contra-indicações relacionadas com as condições gerais do mesmo.
  2. Recorra ao uso de almofadas para manter as proeminências ósseas (calcanhares, joelhos) longe de contacto directo um com o outro ou com a superfície da cama.
  3. Quando a posição lateral é usada no leito, evite posicionar diretamente sobre o grande trocânter do fêmur mas sim em uma posição lateralmente inclinada de 30º.
  4. Limite a quantidade de tempo que a cabeceira da cama fica mais elevada (elevação máxima de 30º), tendo em conta a situação clínica do doente.
  5. Para doentes que podem auxiliar na movimentação use equipamentos auxiliares como o trapézio.
  6. Qualquer pessoa em risco para desenvolver úlcera de pressão, deve evitar ficar sentada ininterruptamente em qualquer cadeira ou cadeira de rodas. Os indivíduos que são capazes, devem ser ensinados a levantar o seu peso a cada quinze minutos para fazer a descompressão na região isquiática.


A que tipo de Ajudas Técnicas pode recorrer:



Colchões anti-escaras




Almofadas anti-escaras


Calcanheiras