domingo, 6 de dezembro de 2009

Doença de Charcot-Marie-Tooth

A doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) é um distúrbio que envolve danos nos nervos (neuropatia). Todos os nervos são afectados, mas de modo desigual. Os nervos das pernas são os primeiros e mais gravemente afectados. A doença causa a destruição do revestimento da bainha de mielina das células nervosas em certas pessoas; em outras, ocorre a degeneração da porção central (axónio) das células nervosas. A causa exacta da doença é desconhecida.

A doença de CMT é uma doença hereditária e degenerativa do sistema nervoso central e periférico que causa atrofia muscular e perda da propriocepção. A herança é transmitida, principalmente, pela forma autossómica dominante, porém pode estar ligada ao sexo ou ser autossómica recessiva. A atrofia muscular instala-se lenta e progressiavamente na forma autossómica dominante, enquanto na forma recessiva a manifestação é mais agressiva e os primeiros sintomas aparecem por volta da primeira e segunda décadas de vida.

Na prática clínica observam-se deformidades dos pés, onde é frequente haver uma acentuação da arcada plantar (elevação do arco plantar), que pode provocar dor nas cabeças dos metatarsos, dedos em garra, fadiga e dificuldade em calçar os sapatos, devido à elevação acentuada do dorso do pé. Entretanto, o aumento da arcada plantar dos pés não é o achado mais comum e, geralmente, esta deformidade é mais um dos componentes de pés equinovaro-cavo-adutos. A génese desta complexa deformidade situa-se na persistência da força do músculo tibial posterior (inversor) e na progressiva fraqueza dos músculos tricipete sural (flexor plantar), tibial anterior (flexor dorsal) e longo e curto peroneal (eversores). Secundariamente, com o tempo, os ossos do retropé e do antepé sofrerão alterações estruturais acomodativas, tornando a deformidade irredutível e onde é observada severa alteração do apoio dos pés, sintomatologia dolorosa e maior desorganização da marcha.

Nos membros superiores o défice funcional demora a surgir, apesar da flagrante hipotrofia muscular. Por esta razão verifica-se nos pacientes uma aprendizagem natural que permite, em muitos casos, manter uma razoável função bianual, por muitos anos. Entretanto, a posição em garra fixa dos quarto e quinto dedos, quando instalada, impossibilita a preensão palmar adequada e deve ser tratada por métodos cirúrgicos, que incluem alongamentos tendinosos e até artrodeses articulares segmentares, em posição de função. Aqui a utilização de ortóteses preventivas não é bem aceite pelos pacientes, por serem de difícil manutenção, além de constituírem obstáculo à plena realização das várias actividades da vida diária. Desta forma, a cirurgia correctiva passa a ser a melhor opção.



Tratamento:

O programa de tratamento é determinado pela idade do paciente e severidade da deformidade. O tratamento conservador do pé equinocavovaro é paliativo e de resultados insatisfatórios, sendo preferível o tratamento cirúrgico, que pode ser resumido em três etapas básicas:

  1. Libertação das partes moles, como as fasciotomias plantares, alongamentos e tenotomias;
  2. Osteotomias társicas e metatársicas e do calcaneo e;
  3. Artrodeses intratársicas

O tratamento concentra-se em proporcionar o máximo de independência ao paciente. Além do tratamento ortopédico, recomenda-se para algumas pessoas aconselhamento vocacional, terapia ocupacional ou fisioterapia a fim de ajudá-las a manter a resistência muscular e optimizar o desempenho ocupacional autónomo.


Como pode ajudar a Terapia Ocupacional?
  • Escolha e implementação de Ajudas Técnicas, que previnam o aparecimento de novas deformidades e que evitem o agravamento das existentes.
  • Ensino de estratégias que permitam executar as tarefas do dia-a-dia, sem utilizar posturas incorrectas – Técnicas de Protecção Articular e Conservação de Energia.
  • Alterações adequadas para proporcionar a continuação do desenvolvimento da sua actividade profissional.
  • Fazer um plano de exercícios de modo a manter a força/resistência muscular apresentada pelo paciente.

Proporcionar o máximo de independência possível.

Livro: Reabilitação de Doenças Neurológicas (2004)

sábado, 31 de outubro de 2009

Lesões da Coifa dos rotadores

A coifa dos rotadores é um conjunto de quatro músculos periarticulares que puxam superior e internamente a cabeça do úmero na direcção da cavidade glenoideia. Fazem parte desde grupo de músculos: Supra-espinhoso, Infra-espinhoso, Pequeno redondo e Sub-escapular.


imagem: www.clinicajoelhoombro.pt


A Coifa dos Rotadores funciona como uma convergência de tendões, em redor da cabeça do úmero. Os tendões dos quatro músculos unem-se com a cápsula articular da articulação gleno-umeral. As suas principais funções são:


  • Centralizar e baixar a cabeça umeral;
  • Potencializar as rotações da articulação glenoumeral;
  • Estabilizar a articulação glenoumeral;
  • Proporcionar um compartimento fechado importante para a nutrição articular.

Uma lesão da coifa dos rotadores implica a lesão de um ou mais destes músculos ou dos seus tendões, habitualmente do músculo supra-espinhoso.

Assim, passo a apresentar algumas lesões relacionadas com a coifa dos rotadores:

  • Instabilidade do ombro
  • Síndrome de impacto
  • Síndrome do pinçamento
  • Rotura da coifa (total ou parcial)
  • Bursite Sub-acromial, causadas por: queda, golpe no ombro ou ruptura do supra-espinhal, movimentos repetitivos e inflamação do tendão subjacente
  • Tendinite calcificante
  • Capsulite adesiva

De acordo com a lesão apresentada e com o seu estadio de evolução, poderemos ter diferentes tipo de tratamentos, por exemplo:



Fisioterapia

No caso de tendinites, a fisioterapia associada com terapia anti-inflamatória permite a recuperação de um número elevado de casos.

No caso das roturas, os doentes idosos muitas vezes são exclusivamente tratados através de Fisioterapia, pois neste grupo etário, o objectivo principal a atingir é o controle da dor e a melhor funcionalidade.

Em doentes mais jovens, que habitualmente serão submetidos a cirurgia, a Fisioterapia tem a função pré-operatória de recuperar as amplitudes articulares passivas, do controlo da dor e do quadro inflamatório.



Infiltração

Nas tendinites, a infiltração de corticoesteróide no espaço sub-acromial, tem uma das suas indicações principais. Embora muitas vezes associada pela voz popular com efeitos deletérios, quando correctamente executada no espaço extra-articular, muito diluída com anestésico, e em casos adequadamente seleccionados, pode obter a completa resolução dos sintomas.



Cirurgia

Normalmente só se recorre à cirurgia caso as outras duas não tenham surtido resultados, a não ser que a lesão tenha sido traumática e só a cirurgia seja indicada.
A cirurgia pode ser por atroscopia ou por cirurgia aberta. As vantagens de recorrer à artroscopia são:

  • Preservar a integridade trapézio-deltóideia;
  • Tratar lesões intra-articulares;
  • Reabilitar mais rapidamente.
Recorre-se à cirurgia aberta especialmente em roturas muito extensas e com retracção do tendão.


Bibliografia
Livro: Anatomia e Fisiologia
Livro: Técnicas de reabilitação musculoesquelética
Web: www.vitorcaine.com
Web: www.clinicajoelhoombro.com

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Escolioses


A escoliose é uma deformidade complicada que se caracteriza por uma curvatura lateral e rotação vertebral. Do lado côncavo da curva as costelas aproximam-se, do lado convexo as costelas afastem-se.

Á medida que os corpos vertebrais rodam, os processos espinhosos desviam-se para o lado côncavo e as costelas acompanham a rotação das vértebras. As costelas são empurradas posteriormente pelo lado convexo, causando a “corcunda” costal característica observada na escoliose torácica. Pelo lado côncavo, as costelas são empurradas anteriormente.


As escolioses podem ser classificadas da seguinte forma:

1. Escoliose não-estrutural:

  • Escoliose postural: frequente em adolescentes, as curvas são leves e desaparecem por completo com a flexão da coluna vertebral ou bem com o decúbito.
  • Escoliose compensatória: o diferente comprimento dos membros inferiores levam a uma obliquidade pélvica e secundariamente a uma curva vertebral.

2. Escoliose estruturada transitória:

  • Escoliose ciática: secundária a uma hérnia discal, pela irritação das raízes nervosas. Com a cura da lesão desaparece a curva
  • Escoliose histérica: requer tratamento psiquiátrico
  • Escoliose inflamatória: em casos de apendicite ou bem abscessos perinefrítico

3. Escoliose estrutural (70 a 80% dos casos)

  • Idiopática
  • Congénita
  • Neuromuscular (Ex. poliomielite, paralisia cerebral, seringomielia, amiotonia congénita, ataxia de Friedreich)
  • Neurofibromatose
  • Distúrbios mesenquimiais (Ex: Sindrome de Marfan, Sindrome de Morquio, Artrite reumatóide, osteogénese imperfeita)
  • Traumatismo (Fracturas, Irradiação, Cirurgia)Escoliose não-estrutural:

Existem diferentes tipos de curvas e é esta diferença que determina o tipo de tratamento mais apropriado. A direcção da curva é designada em conformidade com a sua convexidade e cada curva única (C) ou dupla (S) deve receber uma designação.




Avaliação

Uma as provas usadas tradicionalmente para a verificação da existência ou não de escolioses é a prova de flexão de Adams.
A avaliação radiográfica mais usada para a magnitude das curvas é o método de Cobb. A primeira etapa consiste me decidir que vértebras são as vértebras terminais da curva. Essas vértebras serão os limites inferior e superior da curva que se inclina mais acentuadamente para a concavidade da curva. Depois é traçada uma linha ao longo da placa terminal inferior e outra ao longo da placa terminal superior. O ângulo mais importante é aquele entre essas duas linhas.


Tratamento

O desequilíbrio muscular que existe como resultado de uma escoliose não idiopática pode ser tratado com o uso de exercício para prevenir qualquer agravamento adicional da escoliose além daquela doença que já a causou.
No entanto é importante que este desequilíbrio seja tratado por que sabe, pois um mau trabalho muscular ainda pode agravar mais o quadro e as queixas existentes.


Importante:

  • Os exercícios simétricos não devem ser tentados.

  • Deve-se alongar os músculos ou grupos musculares mais fortes e fortalecer os antagonistas/sinergistas.

  • Os indivíduos que estão a desenvolver cifoescoliose devem evitar os exercícios que promovam a extensão das costas realizados em decúbito ventral, pois estes fortalecem ainda mais a musculatura extensora lombar.

  • Evitar posicionamentos incorrectos, pois estes podem levar ao desenvolvimento/ agravamento da escoliose.



Fonte: Brody, H.T.; Exercicio Terapeutico: Na Busca de Função; 2001

Imagens: http://www.cto-am.com/




domingo, 6 de setembro de 2009

Como abordar pessoas com deficiência física?

É certo que quase todos nós já nos deparamos com uma pessoa com deficiência que necessitasse de ajuda. No entanto, nem sempre sabemos como devemos agir.

O mais importante é não nos esquecermos que as pessoas com deficiência física são pessoas normais, mas que tiveram a infelicidade de perder alguma capacidade, como por exemplo: locomoção, visão, audição, …

No entanto o que difere entre as pessoas com deficiência física e as pessoas sem ela é o modo como desempenham as suas actividades diárias, quer em casa, quer no trabalho, ou mesmo durante o seu tempo de lazer.

São várias as causas para muitas vezes não se saber como se deve agir. O desconhecimento é uma delas, mas também o preconceito e/ou a discriminação que ainda existem e estão bastante presentes na nossa sociedade – infelizmente!

Assim, aqui ficam algumas dicas de como abordar e agir com pessoas com deficiência física:



Pessoas que se locomovam em cadeiras de rodas

  • Converse com naturalidade, fale a respeito de todos os assuntos, mesmo aqueles em que o deficiente não pode actuar fisicamente, como algumas modalidades desportivas, danças, etc...
  • É importante saber que para uma pessoa sentada é incomodo ficar a olhar para cima por muito tempo. Assim, quando estiver a falar com uma pessoa em cadeira de rodas, se possível fiquem com os olhos ao mesmo nível.
  • Não tente ajudar o deficiente sem que ele peça ajuda – isso pode significar pena ou super protecção.
  • Nunca empurre a cadeira de rodas, sem que ele peça.
  • Nunca movimente a cadeira de rodas sem permissão da pessoa, a não ser que você tenha uma grande proximidade pessoal ou uma relação estreita.
  • Caso tenha curiosidade sobre o defeito físico, pergunte com naturalidade, sem se lamentar sobre o que gerou o defeito físico ou o que isso traz de dificuldades no dia a dia, porque, só assim, a sociedade ficará esclarecida e informada sobre o assunto, diminuindo o preconceito, a discriminação e quebrando tabus e inverdades.
  • Caso queira convidar o deficiente para visitar algum lugar, eventos sociais, restaurantes, cinemas, viagens, etc, nunca diga que o lugar é impossível para ele ir. Se conhecer o local, o acesso, explique quais são as dificuldades, facilidades e dê a sugestão de pesquisar sobre os assuntos, para que ele analise os prós e contras e decida o que fazer, sem lhe causar transtornos e às pessoas que o rodeiam.

Como agir com pessoas cegas ou com deficiência visual

  • Nem sempre as pessoas cegas ou com deficiência visual precisam de ajuda, mas se encontrar alguma que pareça estar em dificuldades, identifique-se e ofereça auxílio. Nunca ajude sem antes perguntar como faze-lo.
  • Caso a sua ajuda como guia seja aceite, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado.
    É importante avisar, antecipadamente, a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos, e outros obstáculos durante o trajecto.
  • Para ajudar a pessoa cega a sentar-se, deve guiá-la até à cadeira e colocar a mão dela sobre o encosto da cadeira, informando se esta tem braço ou não. Deixe que a pessoa se sente sozinha.
  • Na presença de uma pessoa cega fale em tom normal, a menos que a pessoa tenha deficiência auditiva, não faz sentido gritar.
  • Por mais tentador que seja acariciar um cão-guia, lembre-se de que estes cães têm a responsabilidade de guiar um dono. Desta forma o cão nunca deve ser distraído do seu dever de guia.
  • Em convívio social ou profissional, não exclua as pessoas com deficiência visual das actividades a desenvolver. Deixe que elas decidam como podem ou querem participar.
  • Quando se ausentar, não esqueça de avisar ou despedir-se do deficiente visual.

Como agir com pessoas surdas ou com deficiência auditiva

  • Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não prestar atenção, acene ou toque-lhe no braço.
  • Fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras. Use um tom de voz normal, a não ser que lhe peçam para falar mais alto. Gritar nunca!
  • Fale de frente com a pessoa, não de lado ou atrás.
    Faça com que a sua boca seja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial.
  • Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar iluminado, evite ficar contra a luz.
  • Se souber alguma linguagem de sinais tente usá-la, se a pessoa tiver dificuldade em entender avisará.
  • Enquanto estiver a conversar, mantenha sempre contacto visual, se desviar o olhar a pessoa pensará que a conversa terminou.
  • Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O importante é comunicar.
  • Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete.




sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Escaras de Decúbito

As escaras de decúbito, também conhecidas por úlceras de pressão, consistem em úlceras que se desenvolvem na pele de doentes que estão acamados, inconscientes ou imobilizados por períodos prolongados de tempo. São frequentes em doentes com acidentes vasculares cerebrais ou lesões vertebro-medulares que podem levar à perda de sensibilidade. A humidade constante da pele em doentes com incontinência urinária (uso de fralda) é também um factor de risco.

Estas lesões são causadas por pressão não aliviada que resulta em danos nos tecidos subjacentes (tecido subcutâneo, músculo, articulações, ossos).
As úlceras de pressão geralmente ocorrem nas regiões de proeminências ósseas e são graduadas em diferentes estágios de evolução de acordo com os danos observados nos tecidos.
Quando os doentes passam demasiado tempo na mesma posição exerce pressão contínua sobre pontos específicos denominados como pontos de pressão. Estes pontos estão identificados e são mais sensíveis ao aparecimento de escaras, pelo que devem ser periodicamente inspeccionados. Na figura abaixo podemos observá-los:


Fonte: Guia para prevenção de Úlcera de Pressão ou Escara. Orientação para pacientes adultos e famílias



Como prevenir ou seu aparecimento e/ou evolução?

  1. A pele deverá ser limpa no momento que se sujar ou em intervalos de rotina.
  2. Diminuir os factores ambientais que são propícios a pele seca como: humidade baixa (menos que quarenta por cento) e exposição ao frio.
  3. Evite massagens nas proeminências ósseas. As evidências actuais sugerem que massagem pode causar mais danos.
  4. Minimizar a exposição da pele à humidade devido à incontinência urinária, perspiração ou drenagem de feridas.
  5. As lesões da pele devido a fricção e força de cisalhamento devem ser minimizadas através de um posicionamento adequado e uso de técnicas correctas para transferência e mudança de decúbito. Recomenda-se também que os pacientes não sejam "arrastados" durante a movimentação mas que sejam "erguidos" utilizando-se o lençol móvel.
  6. Se existe um potencial para melhorar a mobilidade do indivíduo deve ser instituído um programa de reabilitação física.
Posicione correctamente o doente. Observe as imagens/indicações que se seguem:


Como deitar um doente de costas (ex: hemiplegia direita)



Como deitar um doente de lado

Indicações:

  1. Altere a posição do doente pelo menos a cada duas horas se não houver contra-indicações relacionadas com as condições gerais do mesmo.
  2. Recorra ao uso de almofadas para manter as proeminências ósseas (calcanhares, joelhos) longe de contacto directo um com o outro ou com a superfície da cama.
  3. Quando a posição lateral é usada no leito, evite posicionar diretamente sobre o grande trocânter do fêmur mas sim em uma posição lateralmente inclinada de 30º.
  4. Limite a quantidade de tempo que a cabeceira da cama fica mais elevada (elevação máxima de 30º), tendo em conta a situação clínica do doente.
  5. Para doentes que podem auxiliar na movimentação use equipamentos auxiliares como o trapézio.
  6. Qualquer pessoa em risco para desenvolver úlcera de pressão, deve evitar ficar sentada ininterruptamente em qualquer cadeira ou cadeira de rodas. Os indivíduos que são capazes, devem ser ensinados a levantar o seu peso a cada quinze minutos para fazer a descompressão na região isquiática.


A que tipo de Ajudas Técnicas pode recorrer:



Colchões anti-escaras




Almofadas anti-escaras


Calcanheiras



terça-feira, 28 de julho de 2009

Novo tratamento para a Paramiloidose

A ciência está em constante evolução. É com base nesta afirmação, que foi colocada como comentário de um artigo publicado em Dezembro do ano passado, que surge esta nova informação acerca da Polineuropatia Amiloidótica Familiar (Paramiloidose).

Novo medicamento trava progressão da paramiloidose

Há uma nova esperança para os doentes que sofrem de paramiloidose, também conhecida por "doença os pézinhos". Foi descoberto um medicamento - disponível dentro de um ano – que permite travar a progressão da doença.


No ensaio clínico do Hospital de Santo António participaram 74 doentes que sofrem paramiloidose e que se voluntariaram para testar a eficácia do medicamento.

Durante um ano e meio, fizeram parte de um grupo de 128 doentes de sete países que estiveram sob investigação. Os resultados foram positivos, já que o medicamento impediu a doença de progredir em 60% dos casos.

A paramiloidose, também conhecida por "doença dos pézinhos", é hereditária e degenerativa. A causa está numa proteína que tem um erro genético.

Este novo medicamento estabiliza essa proteína e impede o avanço da doença. Contudo, só dentro de um ano é que o medicamento vai estar à disposição dos doentes.

O estudo tem que ser reconhecido pelas entidades competentes e há algumas questões que ainda não estão esclarecidas, como a possibilidade deste tratamento substituir os transplantes.”
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Retirado do Site da SIC

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Prevenção de Quedas em Idosos

imagem:www.mondointerativo.files.wordpress.com


O risco de cair aumenta significativamente com o avançar da idade, o que coloca esta síndrome geriátrica como um dos grandes problemas de saúde pública devido ao aumento expressivo do número de idosos na população e à sua maior longevidade, competindo por recursos já escassos e aumentando a demanda por cuidados de longa duração.


Diversos factores de risco e múltiplas causas interagem como agentes determinantes e predisponentes, tanto para quedas acidentais quanto para quedas recorrentes, impondo aos profissionais de saúde, o grande desafio de identificar os possíveis factores de risco modificáveis e tratar os factores etiológicos presentes.

As quedas nos idosos podem provocar uma série de danos físicos, como traumatismos de tecidos moles e fracturas ósseas, declínio funcional e muitas vezes a morte.

Estes acidentes podem ainda afectar a qualidade de vida dos idosos através de consequências psicossociais, provocando sentimentos de medo, fragilidade, desesperança, perda de controlo e receio de passar a ser dependentes de terceiros. O sentimento de medo e falta de confiança constituem muitas vezes o ponto de partida para uma progressiva deterioração do estado global do idoso através da redução da mobilidade, função e diminuição das actividades sociais e recreativas.

Conhecendo estes aspectos, é fundamental ter pensamento preventivo! Não espere por uma queda para adoptar medidas, tenha cuidados antecipados, prevenindo hoje o que poderá não controlar amanhã!

São aqui referidos alguns factores de risco que poderão contribuir para as quedas nos idosos, bem como pequenas dicas que poderão ajudar a tomar algumas medidas de prevenção:

História de quedas anteriores: por vezes as quedas nos idosos são importantes indicadores de alterações na saúde e declínio funcional, pelo que deve ter em atenção em que contexto aconteceram as quedas.


Diminuição sensorial: com a idade é comum o défice visual, o que requer correcção médica. Certifique-se que a luz em casa é suficiente e adequada para o idoso. Tenha ainda atenção à capacidade auditiva, que deve igualmente ser corrigida.

Perda de capacidade mental: em situações de demência pode ser necessário limitar algumas actividades por motivo de segurança, remover objectos em casa que possam ser perigosos e avaliar a necessidade de apoio nas várias actividades de vida diárias.

Alterações de mobilidade: muitas vezes os idosos têm alterações nos movimentos, o que lhes dificulta a realização das actividades da vida diárias normais, podendo conduzir às quedas. Assim, deve ser avaliada a necessidade de auxiliares de marcha, como bengalas, andarilhos, canadianas, ou alterações em casa, como correcção de sanitários baixos, cama ou banheira, o uso de luzes nocturnas no quarto e casa de banho.

Medicação: é comum os idosos tomarem medicamentos de forma regular e permanente, pelo que se deve tomar especial atenção ao início de novos medicamentos. A poli medicação (4 ou mais medicamentos), ou medicamentos que causem sedação, alteração do equilíbrio, hipoglicémia ou hipotensão, poderão favorecer as quedas.

Alterações urinárias: o idoso poderá sentir necessidade de urinar várias vezes durante a noite e nestes casos, ter uma mesa-de-cabeceira com dispositivos urinários (urinol, arrastadeira), é uma estratégia que pode revelar-se útil, de forma a evitar as frequentes idas nocturnas à casa de banho. Se houver alterações do controlo urinário, pode planear-se um horário de micção frequente e considerar o usos de fraldas apenas quando estritamente necessário.

Hipotensão ortostática: muitos idosos têm hipotensão nas mudanças de posição, especialmente da posição de deitado para sentado, devendo por isso as mudanças de posição ser realizadas lentamente e iniciar a marcha apenas quando se sentir bem, sem tonturas, fraqueza, suores ou indisposição. Se este facto acontecer após iniciar uma nova medicação, poderá ser necessário ir ao médico, para avaliar a necessidade de ajustar a terapêutica.

Consumo de álcool: mesmo em pequenas quantidades pode provocar alterações que conduzem a quedas, já que influencia o equilíbrio e interfere com a acção de medicamentos. Desta forma, o seu consumo deve ser evitado ou, se não estiver clinicamente contra-indicado, consumido com moderação.

Restrição da actividade: o facto do idoso ter algumas limitações físicas e funcionais que aumentam o risco de quedas, não significa que deva permanecer o dia sentado e sem actividade! De facto, o ideal é maximizar as capacidades e potencialidades, pois a restrição da actividade pode relacionar-se com as quedas, uma vez que se favorece a perda de massa muscular, flexibilidade articular e a força. Os idosos devem ser encorajados a andar, realizar actividades diárias, podendo mesmo solicitar um programa de exercício adequado que melhore o equilíbrio e a flexibilidade, que aumente a força e a resistência, bem como a coordenação.

Falta de Aconselhamento a Familiares: Quem tem familiares acamados deve pedir apoio a profissionais de forma a aprender técnicas para a transferência dos idosos, por exemplo da cama para a cadeira e vice-versa, de forma a evitar quedas durante estas actividades. Os técnicos poderão também fornecer estratégias alternativas para realizar algumas actividades diárias em casa, quando se detecta alguma incapacidade funcional.

Viver sozinho: este facto pode aumentar não só o risco de quedas como também as suas consequências, uma vez que o idoso após a queda pode não ter possibilidade de providenciar ajuda.



Em que pode ajudar o Terapeuta Ocupacional?

A casa onde o idoso mora ou permanece frequentemente, pode ser um campo cheio de minas e armadilhas que devem ser identificadas e desactivadas. É desta forma que a intervenção do Terapeuta ocupacional se torna pertinente. São aqui descritas algumas pistas, que foram baseadas na lista para prevenir acidentes em casa do National Center for Injury Prevention and Control of the Centers for Disease Control and Prevention:

Chão:

  • Mude a mobília de forma a desimpedir o caminho.
  • Retire os tapetes do chão, assim como as carpetes, pois se estes não tiverem dupla face ou superfície anti-derrapante, de forma a não escorregar ou tropeçar neles.
  • Se tiver alcatifas certifique-se que não têm pontas soltas.
  • Retire papéis, revistas, livros, sapatos, caixas, cobertores, toalhas ou outros objectos do chão e mantenha-os, pois podem ser a causa de uma queda.
  • Deve fixar os fios na parede (extensões eléctricas, fios de telefone ou fios de candeeiros) de forma a não tropeçar sobre eles.
  • Tenha ainda em atenção se existem superfícies irregulares, como por exemplo tacos levantados.
  • Na necessidade de encerar a casa faço-o com cera não derrapante.


Escadas e degraus:

  • Retire os objectos que tenha nas escadas e mantenha-os longe delas.
  • É aconselhável colocar iluminação no topo e no fundo das escadas e que sejam colocados interruptores em ambos locais podendo ser os interruptores brilhantes para serem mais visíveis.
  • Coloque corrimões dos dois lados das escadas e assegure-se que estão bem fixos.


Cozinha:

  • Remova as coisas que habitualmente utiliza mais vezes, para as prateleiras mais baixas do seu armário.
  • Deve evitar subir aos bancos e escadotes, mas se for inevitável, não substitua o escadote por cadeiras ou bancos, e prefira os escadotes com barras laterais de apoio.


Quarto:

  • Tente colocar uma lâmpada perto da cama que seja fácil de alcançar.
  • Utilize uma luz de presença durante a noite. Existem luzes de presença no mercado que se ligam automaticamente após escurecer.
  • A cama deverá ser firme e de altura adequada que permita a entrada e saída sem grande dificuldade.


Casa de banho:

  • Deve tomar duche e não banho de imersão, de preferência no poliban.
  • Deve colocar um tapete ou outra superfície anti-derrapante dentro e fora do poliban.
  • Colocar barras de apoio na parede que ajudem a entrada e saída do banho, bem como dos lados da sanita.


Acuidade Pessoal:

  • Devem ter-se em atenção alterações ao nível dos pés, nomeadamente unhas demasiadamente longas, calos dolorosos, ou mesmo o uso de calçado inadequado.
  • Os sapatos não devem ter saltos para não prejudicar o equilíbrio, devem ter o tamanho correcto e sola anti-derrapante, devendo evitar os chinelos.
  • A roupa também deve ser confortável e permitir a execução dos movimentos, tendo cuidado com roupa muito comprida, pois o idoso pode tropeçar nela.



adaptado de:www.advita.pt

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer (DA) é a causa de demência mais comum, sendo responsável por cerca de 4 milhões de casos. O risco da doença aumenta exponencialmente com a idade, dobrando a cada cinco anos a partir dos 65 anos de idade. A DA atinge cerca de 50% da população com 85 anos ou mais. Como a população idosa vem crescendo rapidamente nos países desenvolvidos, espera-se que a incidência de DA quadruplique até 2050.


É uma forma de demência devida à morte das células cerebrais que começa por aniquilar a memória e, subsequentemente, as outras funções mentais, determinando completa ausência de autonomia. A doença é frequentemente confundida com arteriosclerose embora não tenha relação com problemas circulatórios.

Muitos casos só são identificados quando a demência atinge um estado avançado. Nesta etapa, o stress das pessoas que cuidam do paciente já é elevado e as opções de tratamento são limitadas.

No início da enfermidade, o doente sofre porque tem consciência das suas limitações e incapacidades. Procura por vezes ocultá-las, manifestando alterações de temperamento e personalidade ou caindo em depressão.

A causa da DA ainda não é conhecida. Existem várias teorias, porém, aceita-se que seja uma doença geneticamente determinada mas não necessariamente hereditária (transmissão entre familiares).

À medida que o mal avança, são os familiares que mais sofrem, assistindo, impotentes, ao declínio mental e físico de alguém que amam. Todos os que vivem em torno do doente acabam por acusar os efeitos desta situação, devidos quer a causas de ordem emocional, quer às inerentes dificuldades económicas.

A doença impõe uma vigilância constante, levando os familiares a confrontarem-se com vários problemas, nomeadamente:
  • Dificuldade de acompanhamento do doente em casa, devidos às obrigações profissionais
  • Despesas elevadas com medicamentos, ajudas técnicas e cuidadores remunerados
  • Resistência de algumas instituições à aceitação dos doentes
  • Incapacidade das instituições que os aceitam de prestarem cuidados adequados
  • Deficiência de formação dos profissionais para cuidarem dos doentes

Quais os sintomas?
No começo são os pequenos esquecimentos, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente.

Para ajudar a determinar quais os sinais de aviso a procurar, a Associação de Alzheimer, elaborou a seguinte lista de controlo dos sintomas comuns da doença (alguns deles podem ser aplicados a outras formas de demência).

Perda de Memória – É normal esquecer ocasionalmente reuniões, nomes de colegas de trabalho, números de telefone de amigos, e lembrar-se deles mais tarde. Uma pessoa com a Doença de Alzheimer esquece-se das coisas com mais frequência, mas não se lembra delas mais tarde, em especial dos acontecimentos mais recentes.

Dificuldade em executar as tarefas domésticas – As pessoas muito ocupadas podem temporariamente ficar tão distraídas que chegam a deixar as batatas no forno e só se lembrarem de as servir no final da refeição. O doente de Alzheimer pode ser incapaz de preparar qualquer parte de uma refeição, ou esquece-se de que já comeu.

Problemas de linguagem – Toda a gente tem por vezes dificuldade em encontrar a palavra certa. Porém, um doente de Alzheimer pode esquecer mesmo as palavras mais simples ou substituí-las por palavras desajustadas, tornando as suas frases de difícil compreensão.

Perda da noção do tempo e desorientação – É normal perdermos – por um breve instante – a noção do dia da semana ou esquecermos o sítio para onde vamos. Porém, uma pessoa com a DA pode perder-se na sua própria rua, ignorando como foi dar ali ou como voltar para casa.

Discernimento fraco ou diminuído – As pessoas podem por vezes não ir logo ao médico quando têm uma infecção, embora acabem por procurar cuidados médicos. Um doente de Alzheimer poderá não reconhecer uma infecção como algo problemático, e não ir mesmo ao médico, ou então vestir-se desadequadamente, usando roupa quente num dia de Verão.

Problemas relacionados com o pensamento abstracto – Por vezes, as pessoas podem achar que é difícil fazer as contas dos gastos, mas alguém com a DA pode esquecer completamente o que são os números e o que tem de ser feito com eles. Festejar um aniversário é algo que muitas pessoas fazem, mas o doente de Alzheimer pode não compreender sequer o que é um aniversário

Trocar o lugar das coisas – Qualquer pessoa pode não arrumar correctamente a carteira ou as chaves. Um doente de Alzheimer pode pôr as coisas num lugar desajustado: um ferro de engomar no frigorífico ou um relógio de pulso no açucareiro.

Alterações de humor ou comportamento – Toda a gente fica triste ou mal-humorada de vez em quando. Alguém com a DA pode apresentar súbitas alterações de humor – da serenidade ao choro ou à angústia – sem que haja qualquer razão para tal facto.

Alterações na personalidade – A personalidade das pessoas pode variar um pouco com a idade. Porém, um doente com Alzheimer pode mudar totalmente, tornando-se extremamente confuso, desconfiado ou calado. As alterações podem incluir também apatia, medo ou um comportamento inadequado.

Perda de iniciativa – É normal ficar cansado com o trabalho doméstico, as actividades profissionais do dia a dia, ou as obrigações sociais; porém, a maioria das pessoas recupera a capacidade de iniciativa. Um doente de Alzheimer pode tornar-se muito passivo, e necessitar de estímulos e incitamento para participar.



Como pode ajudar a Terapia Ocupacional?

A intervenção da Terapia Ocupacional na DA tem como objectivo maximizar a funcionalidade, autonomia e qualidade de vida do paciente, bem como fornecer (in)formação aos prestadores de cuidados.

Procurando prevenir a deterioração das competências cognitivas, sensorio-motoras e sociais do indivíduo, assim como compensar défices já instalados, o terapeuta ocupacional, juntamente com os prestadores de cuidados, pretende proporcionar um ambiente seguro e adequado à condição específica do paciente.



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quarta-feira, 11 de março de 2009

Terapia Ocupacional na Reabilitação de Fracturas dos Ossos do Carpo




FRACTURA DOS OSSOS DO CARPO



Sendo na sua maioria de natureza intra-articular podendo levar a rigidez devido à formação de aderências ou retracções capsololigamentares. A articulação do carpo é especialmente rica em tecidos conjuntivos em decorrência da grande presença ligamentosa. Como exemplo a fractura do escafóide, que é o segundo maior osso do carpo, que ocupa espaço nas duas fileiras apresenta maior índice de fracturas, é o principal osso no bloqueio da extensão extrema do punho, tornando-o vulnerável às lesões, possui uma ampla curvatura próximal, uma delicada curvatura articular distal, e uma superfície articular plana no pólo proximal.

A fractura do escafóide é considerada de difícil diagnóstico. Quando não diagnosticada ou tratada inadequadamente tem alta probabilidade de evoluir para pseudo-artrose, sendo um osso de vascularização proximal pobre dificulta sua consolidação, aumentando o risco de necrose avascular e pseudo-artrose no caso de fracturas.
As fracturas do escafóide são classificadas conforme a estabilidade, o traço e a localização anatómica das fracturas. Podendo ser classificadas também pelo tempo de lesão, e são:
- Agudas – com menos de três meses de evolução;
- Com atraso da Consolidação: entre três e seis meses pós fractura; e
- Pseudo-artrose: há mais de seis meses.

Devido à pobre vascularização do osso, a reabilitação da mão nas fracturas do escafóide deve ser feita com muita cautela, até evidências radiográficas da consolidação óssea.
Como exemplo, temos as seguintes fracturas do carpo:

- FRACTURAS DO SEMILUNAR: é o segundo osso na frequência das fracturas do carpo, na maioria dos casos é por avulsão;

- FRACTURAS DO PIRAMIDAL: é associada geralmente há outras lesões carpais, o mecanismo de fractura é por avulsão ou excessiva extensão do punho e desvio cubital.

- FRACTURAS DO TRAPÉZIO: o trapézio permite a rotação do metacarpo no movimento de oponência do polegar, mecanismo de fractura é a queda com o punho em hiperextensão.

- FRACTURAS DO UNCIFORME: o unciforme articula-se com o quarto e quinto metacarpo, mecanismo de fractura a queda do punho estendido ou de golpe directo no lado unar do gancho do amato.

- FRACTURAS DO PISIFORME: é o menor osso do carpo, possui múltiplas inserções, mecanismos de lesão é por trauma directo na região volar do punho, ou por avulsão devido à forte tracção do flexor unar do carpo contra uma grande resistência.

- FRATURAS DO GRANDE OSSO: é o maior osso do carpo, ocupa o centro do carpo, mecanismo de lesão pode ser directo no dorso do punho em extensão ou na cabeça do segundo e terceiro metacarpos, com o punho em flexão.

- FRACTURAS DO TRAPEZÓIDE: se articula com o escafóide proximalmente, e capitato medialmente, o trapézio lateralmente e o segundo metacarpo distalmente é o menos lesado, mecanismo de lesão são fracturas estáveis e de deslocamento.

REABILITAÇÃO

São realizadas por intermédio de tratamento conservador, que são divididas em três partes que são:

- FASE PRECOCE – do dia da lesão até retirar a imobilização;

- FASE INTERMEDIA - após retirar a imobilização;

- FASE FINAL - recuperação da função, essa fase é caracterizada pela consolidação completa do osso fracturado. As técnicas de alongamento e o programa de fortalecimento são, portanto, iniciados. São utilizadas órteses dinâmicas para extensão e/ou flexão do punho, que podem ser indicadas nos casos de rigidez articular persistente.

REABILITAÇÃO NO PRÉ-OPERATÓRIO DAS FRATURAS DO CARPO.

São realizados procedimentos para ganho A.D.M., articular com exercícios activos assistidos.

REABILITAÇÃO NO PÓS-OPERATÓRIO.

Nas primeiras seis semanas, o foco de fractura não pode ser sobrecarregado, são indicados assim actividades funcionais leves. Quando a fractura for estabilizada com fios de Kirschner ou outro tipo de estabilização sem compressão, a reabilitação irá iniciar-se somente após quatro semanas.

Após retirar os pontos o tratamento da cicatriz é iniciado através de massagens para minimizar a hipersensibilidade.



MOBILIZAÇÃO ARTICULAR DO CARPO

É fundamental no processo de reabilitação, pois a dor após as lesões do carpo é um constante desafio na recuperação dos movimentos.

A mobilização articular é um recurso cinesioterapeutico aplicado directamente na articulação rígida, e é caracterizada como um movimento passivo pelo terapeuta com velocidade suficientemente baixa para movimentação do paciente.


BIBLIOGRAFIA
FREITAS, Paula Pardini. Reabilitação da Mão. São Paulo: Editora Atheneu, 2005. 578p.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Fibromialgia

A Fibromialgia é uma síndrome crónica caracterizada por dor músculo-esquelética difusa, presente pelo menos 3 meses e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas – pelo menos 11 dos 18 Trigger Points.

A sua etiologia ainda é desconhecida. Sabe-se que vários factores contribuem para a sua ocorrência, mas não há um agente que possa ser responsabilizado como causador.

Existem outras manifestações associadas, tais como: fadiga crónica, distúrbios do sono, rigidez muscular, parestesias, cefeleias, síndrome do cólon irritável, fenómeno de Raynaud (vasoconstrição que causa descoloração dos dedos das mãos e pés e ocasionalmente outras extremidades), assim como a presença de distúrbios psicológicos, em especial ansiedade e depressão.

A fibromialgia não é uma doença psicossomática nem do foro psiquiátrico; não provoca comprometimento das articulações nem deformações de qualquer género para além de não ser um problema transmissível. No entanto a fibromialgia consegue ser demasiado debilitante quer a nível físico quer psicológico incapacitando muitas vezes a pessoa quer para a sua vida profissional, social ou familiar, podendo mesmo incapacitá-la para as rotinas mais simples do seu dia a dia.

Apesar disso, a aparência da pessoa com fibromialgia é completamente normal, razão pela qual este problema foi bastante ignorado durante anos pela maioria dos profissionais de saúde que frequentemente atribuíam tal problema apenas à cabeça da pessoa.

Isso também porque todos os exames e análises não mostravam (nem mostram) qualquer alteração existente nas pessoas que sofrem de fibromialgia em relação às pessoas ditas normais.

Felizmente que hoje com a divulgação da fibromialgia e de todo o problema, começa a surgir uma grande compreensão quer da parte dos profissionais de saúde quer da parte dos familiares encontrando-se hoje em dia a pessoa muito mais apoiada e acompanhada por todos aqueles que de alguma forma a tentam ajudar.



Em que pode ajudar um Terapeuta Ocupacional?

Os Terapeutas Ocupacionais têm uma formação que lhes permite intervir ao nível da reabilitação física e mental, oferecendo um vasto leque de serviços, nomeadamente:
  • Avaliar a forma como executa as suas tarefas diárias e analisar se estas estão a contribuir para o deteriorar do seu estado de saúde;
  • Ensinar técnicas de relaxamento muscular, formas de lidar com situações de stress, técnicas de gestão da dor e organização das suas rotinas mediante o seu nível de funcionalidade;
  • Se o seu trabalho ou actividades de casa aumentam a dor no pescoço, costas e membros, o Terapeuta poderá fornecer dicas para desempenhar as tarefas reduzindo a tensão muscular;
  • Programar exercícios terapêuticos com o objectivo de melhorar a função dos membros e reduzir a dor.
É também de salientar todas as técnicas que reduzem a tensão acumulada nos Trigger Points, contribuindo assim para o alívio da dor. Os exercícios de alongamento muscular também são bastante eficazes na melhoria da dor. É essencial que se faça sempre uma adaptação dos exercícios de acordo com a dor referida pela cliente.

Enquanto a etiologia da fibromialgia não é descoberta, os tratamentos propostos para o controlo dos sintomas constituem a única forma de amenizar o impacto da síndrome. No entanto, há melhorias bastante significativas (alguns autores afirmam haver cura para esta sindrome).