segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Escolioses


A escoliose é uma deformidade complicada que se caracteriza por uma curvatura lateral e rotação vertebral. Do lado côncavo da curva as costelas aproximam-se, do lado convexo as costelas afastem-se.

Á medida que os corpos vertebrais rodam, os processos espinhosos desviam-se para o lado côncavo e as costelas acompanham a rotação das vértebras. As costelas são empurradas posteriormente pelo lado convexo, causando a “corcunda” costal característica observada na escoliose torácica. Pelo lado côncavo, as costelas são empurradas anteriormente.


As escolioses podem ser classificadas da seguinte forma:

1. Escoliose não-estrutural:

  • Escoliose postural: frequente em adolescentes, as curvas são leves e desaparecem por completo com a flexão da coluna vertebral ou bem com o decúbito.
  • Escoliose compensatória: o diferente comprimento dos membros inferiores levam a uma obliquidade pélvica e secundariamente a uma curva vertebral.

2. Escoliose estruturada transitória:

  • Escoliose ciática: secundária a uma hérnia discal, pela irritação das raízes nervosas. Com a cura da lesão desaparece a curva
  • Escoliose histérica: requer tratamento psiquiátrico
  • Escoliose inflamatória: em casos de apendicite ou bem abscessos perinefrítico

3. Escoliose estrutural (70 a 80% dos casos)

  • Idiopática
  • Congénita
  • Neuromuscular (Ex. poliomielite, paralisia cerebral, seringomielia, amiotonia congénita, ataxia de Friedreich)
  • Neurofibromatose
  • Distúrbios mesenquimiais (Ex: Sindrome de Marfan, Sindrome de Morquio, Artrite reumatóide, osteogénese imperfeita)
  • Traumatismo (Fracturas, Irradiação, Cirurgia)Escoliose não-estrutural:

Existem diferentes tipos de curvas e é esta diferença que determina o tipo de tratamento mais apropriado. A direcção da curva é designada em conformidade com a sua convexidade e cada curva única (C) ou dupla (S) deve receber uma designação.




Avaliação

Uma as provas usadas tradicionalmente para a verificação da existência ou não de escolioses é a prova de flexão de Adams.
A avaliação radiográfica mais usada para a magnitude das curvas é o método de Cobb. A primeira etapa consiste me decidir que vértebras são as vértebras terminais da curva. Essas vértebras serão os limites inferior e superior da curva que se inclina mais acentuadamente para a concavidade da curva. Depois é traçada uma linha ao longo da placa terminal inferior e outra ao longo da placa terminal superior. O ângulo mais importante é aquele entre essas duas linhas.


Tratamento

O desequilíbrio muscular que existe como resultado de uma escoliose não idiopática pode ser tratado com o uso de exercício para prevenir qualquer agravamento adicional da escoliose além daquela doença que já a causou.
No entanto é importante que este desequilíbrio seja tratado por que sabe, pois um mau trabalho muscular ainda pode agravar mais o quadro e as queixas existentes.


Importante:

  • Os exercícios simétricos não devem ser tentados.

  • Deve-se alongar os músculos ou grupos musculares mais fortes e fortalecer os antagonistas/sinergistas.

  • Os indivíduos que estão a desenvolver cifoescoliose devem evitar os exercícios que promovam a extensão das costas realizados em decúbito ventral, pois estes fortalecem ainda mais a musculatura extensora lombar.

  • Evitar posicionamentos incorrectos, pois estes podem levar ao desenvolvimento/ agravamento da escoliose.



Fonte: Brody, H.T.; Exercicio Terapeutico: Na Busca de Função; 2001

Imagens: http://www.cto-am.com/




2 comentários:

Maria Santos disse...

Um artigo muito bom, conteúdo cientifico óptimo.

Os meus parabéns

Jorge Mendes disse...

Artigo muito bom.

A utilidade deste artigo é vasta, serve não só os terapeutas, que estejam interessados nesta matéria, com os estudantes da área de saúde.

É notório a sensibilidade da autora para estes assuntos, deixando transparecer mais uma vez nos seus artigos, a sua paixão e dedicação por esta área.

Resta-me dar os meus parabéns e incentiva-la a continuar pois está sem dúvida no caminho certo.

Por isso deixo aqui um pensamento que de certeza a autora vai entender.

"Às vezes não recuar já é avançar."