A doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) é um distúrbio que envolve danos nos nervos (neuropatia). Todos os nervos são afectados, mas de modo desigual. Os nervos das pernas são os primeiros e mais gravemente afectados. A doença causa a destruição do revestimento da bainha de mielina das células nervosas em certas pessoas; em outras, ocorre a degeneração da porção central (axónio) das células nervosas. A causa exacta da doença é desconhecida.
A doença de CMT é uma doença hereditária e degenerativa do sistema nervoso central e periférico que causa atrofia muscular e perda da propriocepção. A herança é transmitida, principalmente, pela forma autossómica dominante, porém pode estar ligada ao sexo ou ser autossómica recessiva. A atrofia muscular instala-se lenta e progressiavamente na forma autossómica dominante, enquanto na forma recessiva a manifestação é mais agressiva e os primeiros sintomas aparecem por volta da primeira e segunda décadas de vida.


Tratamento:
O programa de tratamento é determinado pela idade do paciente e severidade da deformidade. O tratamento conservador do pé equinocavovaro é paliativo e de resultados insatisfatórios, sendo preferível o tratamento cirúrgico, que pode ser resumido em três etapas básicas:
- Libertação das partes moles, como as fasciotomias plantares, alongamentos e tenotomias;
- Osteotomias társicas e metatársicas e do calcaneo e;
- Artrodeses intratársicas
O tratamento concentra-se em proporcionar o máximo de independência ao paciente. Além do tratamento ortopédico, recomenda-se para algumas pessoas aconselhamento vocacional, terapia ocupacional ou fisioterapia a fim de ajudá-las a manter a resistência muscular e optimizar o desempenho ocupacional autónomo.
Como pode ajudar a Terapia Ocupacional?
- Escolha e implementação de Ajudas Técnicas, que previnam o aparecimento de novas deformidades e que evitem o agravamento das existentes.
- Ensino de estratégias que permitam executar as tarefas do dia-a-dia, sem utilizar posturas incorrectas – Técnicas de Protecção Articular e Conservação de Energia.
- Alterações adequadas para proporcionar a continuação do desenvolvimento da sua actividade profissional.
- Fazer um plano de exercícios de modo a manter a força/resistência muscular apresentada pelo paciente.
Proporcionar o máximo de independência possível.
Livro: Reabilitação de Doenças Neurológicas (2004)