terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Artroplastia Total da Anca



A coxartrose (artrose da anca) é uma das causas mais frequentes de incapacidade nas populações de cariz ocidental, mas rara nos povos asiáticos. A diferença pode derivar apenas dos diferentes hábitos posturais.

Os sitomas característicos são a dor, perda de mobilidade da anca e a claudicação na marcha:
  • Dor - A dor é agravada pela carga e pelo movimento da anca, mas também aparece em repouso perturbando o sono. È uma dor inicialmente esbatida que se vai agravando com o progresso da artrose. É sentida na virilha, mas irradia pela coxa indo muitas vezes fixar-se próximo ao joelho ou ao seu redor, ao ponto de muitos doentes estarem convictos que o padecimento deriva dessa articulação.

  • Perda de Mobilidade - A formação de osteófitos vai alterando a forma e relação das superfícies articulares e limitando o movimento em certas direcções. À medida que o movimento articular se vai perdendo, certos movimentos do quotidiano tornam-se difíceis ou impossíveis. Com a progressão da doença, surge uma deformidade irredutível em flexão, adução e rotação externa.

  • Marcha Claudicante - A claudicação é devida, em parte, à limitação da mobilidade e, em parte, à tentativa antálgica de limitar a transferência de carga para o membro afectado. A claudicação é, sobretudo, notada por terceiros, mais que pelo próprio.

A substituição protésica total da anca é hoje a operação mais utilizada para o tratamento cirúrgico da coxartrose. Os resultados a curto e médio prazo, são bons ou excelentes em cerca de 90% dos doentes. A melhoria é sobretudo na dor e, em grau menor, na mobilidade.

A operação consiste na substituição da superfície articular do acetábulo e do fémur por materiais artificiais. A intervenção pode ser executada de vários modos e por várias abordagens.

Após a colocação de uma prótese da anca, existem cuidados que se devem ter em conta. Caso isso não aconteça, pode ocorrer luxação da prótese.

Não deverá efectuar os seguintes movimentos
(Flexão acima dos 90º; Adução; Rotação Externa)




Quando apanhar os objectos do chão não deverá fazer flexão das pernas, mas sim, flectir a perna boa e manter em extensão a operada. Deverá estar apoiado.




No desempenho das actividades da vida diária, deverá recorrer ao uso de algumas ajudas tacnicas, de modo a evitar os movimentos indesejados.







Luis Alvim Serra, Critérios Fundamentais em Fracturas e Ortopedia, 2001

6 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia

Que bom voltastes. Mais um artigo de grande qualidade.

Força não desapareça

Anônimo disse...

Bom dia

Em primeiro lugar quero agradecer-te por tudo o que tentastes fazer pelo Nuno.

Foi aqui que ele encontrou algum ânimo. Os dias que se seguiram depois de ter lido os teus artigos e comentários, foram de alegria de muito carinho e de paz.

Mas rapidamente voltou a cair num grande vazio Tentamos com que ele alegra-se os pais, eu, os amigos mas não foi suficiente.

Infelizmente o Nuno pós termo a sua vida este Sábado. O sofrimento dele acabou o dos amigos e minha dor contínua.

Queria partilhar este momento contigo, pois sem o conheceres destes o animo que até então não tinha acontecido. Se quem o acompanha fosse com tu se calhar, o Nuno ainda estaria entre nós.

Mais uma vez muito obrigado por teres proporcionado os últimos momentos da vida do Nuno de alegria e de paz

Bem hajas

Magda Rebelo Jacinto disse...

Sara;

Nestas alturas não há muito a dizer, mas sim a reflectir. É com grande tristeza que recebo a notícia. Nada fiz, a não ser tentar dar esperança legítima a quem demonstrava estar a perdê-la. O Nuno fez a sua opção, que para uns é um acto de cobardia para outros um acto de coragem. O que importa é que o Nuno, neste momento, é igual a todos os humanos, independente da fé da religião ou crença. As perguntas que devemos fazer é se esta situação que aconteceu com o Nuno, e que acontece infelizmente todos os dias, não é reflexo da nossa indiferença, preconceito, elitismo que temos uns para com os outros. Estamos cada vez mais egoístas, isolados, a olhar para o nosso umbigo, pensando somente nos nossos problemas e esquecendo que existem outros bem mais graves.

Se me permitires uma palavra para os que ficam, o Nuno fez uma opção. Vamos honrá-la com a certeza que ele assim o queria, vamos lembrar-nos das coisas boas, dos últimos momentos agradáveis, e pensar que os momentos menos agradáveis deixaram de existir.

Por último uma palavra ao Nuno. Um OBRIGADA por me ter dado hipótese de o conhecer, mesmo que fosse através da escrita. Uma DESCULPA por não ter conseguido apoiá-lo mais.

Magda Jacinto

Anônimo disse...

Não me enganei

Só uma grande Mulher poderia ter um discurso assim. Os meus agradecimentos, pois realmente foi através deste blog que o Nuno ganhou mais alento e satisfação. Quero que saibas a alegria que ele teve nas semanas a seguir ao teu artigo e comentários.

Não é para servir de consolação, mas com certeza que o desfecho teria sido mais prematuro e com muita tristeza.

Por tudo isso o meu muito obrigado, e é certo que esteja onde estiver o NUNO agradece

Anônimo disse...

Magnifico artigo.

É bom poder dizer aos nossos alunos para consultarem este blog.

Parabéns

Mestre ESSEM

Anônimo disse...

Boa noite

Mais um excelente artigo.

Estas publicações tornam-se muito úteis para quem trabalhe ou estude na área da saúde.

Quanto ao Nuno se fosse possível deixaria aqui uma linha de silêncio de respeito, dizendo somente que ao contrário dos filmes na vida real os HEROIS também partem.

Um até breve Nuno