Quando a espasticidade afecta um lado do corpo denomina-se hemiplegia espástica. Ao caminhar, o hemoplégico não consegue flectir o membro inferior afectado (padrãode flexão no membro superior e de extensão no membro inferior), o que o leva a executar um movimento em arco, dirigindo primeiro para fora e em sequência para dentro. Somente com este moviemnto o paciente consegue mover o membro para diante.
Quando a paralisia afecta os quatro membros denomina-se tetrapelgia espástica.
Clinicamente a espasticidade caracteriza-se por vários fenómenos peculiares:
- Ela nunca afecta um só musculo, englobando sempre grupos musculares;
- Os músculos espásticos são salientes na massa muscular e parecem muito firmes à palpação, devido à sua contracção, que é em geral forte e persistente;
- Tentando-se estirar uma articulação, os músculos comportam-se como uma mola, tendendo sempre a voltar automaticamente à posição anterior;
- Quando se consegue dobrar uma articulação, a resistência muscular é de inicio muito forte, porém no final cede de forma brusca (sinal de canivete);
- Quando se tenta dobrar a articulação lentamente, o músculo espástico cede também devagar mas se a manobra é rápida a resistência aumenta;
- Percutindo-se o seu tendão para provocar uma reflexo miotático (ou de estiramento), o musculo contrai-se mais intensa e rapidamente do que o normal (hiper-reflexia), uma das mais claras e precoces manifestações de espasticidade;
- Se esta é muito intensa, o estiramento mantido de um músculo pode desencadear movimentos e regularmente rítmicos denominado de clono;
- Quando a espasticidade é muito intensa os reflexos do estiramento podem ser desencadeados mesmo quando se percutem regiões distantes alguns centímetros dos tendões (aumento da área relexógena);
- A estimulação da borda externa da planta do pé de um membro inferior espástico provoca a extensão lenta do primeiro dedo (sinal de Babinski); no membro superior ocorre manifestação homóloga (Sinal de Hoffmann).
No que diz respeito ao tratamento, as medidas iniciais a tomar são o posicionamento adequado do paciente evitando posturas viciosas, e a instituição precoce da mobilização passiva das articulações. O objectivo destas manobras é evitar o estiramento dos músculos e evitar as contracturas. Com essa mesma finalidade podem-se também empregar vários tipos de ortóteses que mantêm a posição desejada e facilitam a mobilização. A seguir é conveniente efectuar diferentes técnicas, usadas geralmente em associação ao tratamento medicamentoso e, quando necessário, cirúrgico.
Para o tratamento podemos recorrer a diversas técnicas:- Técnicas de Bobath
- PNF
- Margaret Johnstone
- Mobilização passiva / activa
- Termoterapia
- Estimulação eléctrica
- Vibração
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FONTE: Reabilitação em Doenças Neurológicas - Guia de Tratamento Prático