quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Artrite Reumatóide

A Artrite Reumatóide (AR) é o segundo tipo de artrite mais comum (o mais comum é a osteoartrose). É uma doença generalizada do tecido conjuntivo que afecta a pele, vasos, pulmões e outros órgãos, mas é mais pronunciada nas articulações (Seeley & Tate, 2003).

Esta doença atinge indivíduos de todas as idades, alcançando o seu pico na mulher entre os 45-55 anos e no homem um pouco mais tardiamente. É portanto uma doença que afecta adultos no pico da sua actividade laboral.

A causa inicial é desconhecida mas pode consistir numa infecção transitória ou doença auto-imune que se desenvolve contra o colagénio. Pode também haver uma predisposição genética. Seja qual for a causa, em última instância parece ser imunológica. As pessoas com AR clássica têm no sangue uma proteína, o factor reumatóide. As células do líquido sinovial e tecido conjuntivo associado proliferam, formando um “pannus” (camada grossa como as dos tecidos das roupas) que leva ao espessamento da cápsula articular e destrói a cartilagem articular. Na artrite reumatóide juvenil, o factor reumatóide não é encontrado no soro (Seeley & Tate, 2003).

Actualmente e desde 1987 utilizam-se os critérios de classificação do Colégio Americano de Reumatologia que são os seguintes:

  1. Rigidez articular matinal de duração superior a 1 hora
  2. Artrite pelo menos em três regiões articulares
  3. Artrite das mãos (pelo menos uma das seguintes áreas: punho, metacarpo-falângicas, inter-falângicas proximais)
  4. Envolvimento articular simétrico
  5. Nódulos subcutâneos
  6. Presença no soro de factor reumatóide
  7. Alterações radiográficas típicas

A confirmação do diagnóstico da AR faz-se quando estão presentes 4 destes 7 critérios.

A AR, pode ter um efeito devastador na vida diária , quer pelo impacto directo nas actividades diárias, profissionais, familiares e sociais dos doentes, quer pelo impacto psicológico gerado pela incapacidade, frustração e depressão que gera.

Assim, os objectivos da Terapia Ocupacional no tratamento dos utentes com AR dependem dos problemas, das necessidades e interesses de cada um, bem como do estádio de evolução da doença. Contudo, em geral, alguns dos objectivos a considerar serão:

  • Prevenir deformidades
  • Manter ou aumentar a autonomia
  • Manter ou aumentar a habilidade em tarefas funcionais
  • Estimular as competências psicossociais
  • Diminuir a tensão emocional e muscular
  • Educar a família
  • Educar o utente

Para que estes dois últimos pontos sejam exequíveis, devem-se ensinar estratégias de conservação de energia e de protecção articular.

Exemplo:

Utilize alavancas maiores pois diminuem a carga nas articulações

Coloque as articulações em posições neutras e divida o peso pelas articulações

Faça pinças mais grossas, assim evita maior carga sobre as articulações

6 comentários:

Anônimo disse...

Olá

Artigo muito bom.

Útil tanto para estudantes, terapeutas, doentes e seus familiares.

Anônimo disse...

Yupi

Já estava com saudades. Bom artigo é realmente abrangente como o comentário anterior se refere.

Agora não desapareça

Anônimo disse...

Olá

Artigo muito bom, mais uma vez

Os meus parabéns.

Conforme tinha já dito não desista

o seu exemplo vai servir com

certeza para outros alunos que se

formem.


Mestre ESSEM

Anônimo disse...

Boa tarde

Primeiro que tudo parabéns pelo teu artigo.

Gostaria de fazer a seguinte pergunta:

Artrite Reumatóide é somente uma doença genética ou também é uma doença hereditária?

Mais uma vez os meus parabéns

Anônimo disse...

Olá

Em primeiro lugar os meus parabéns pelo seu blog. Tudo o que seja feito para divulgação da ciência é de louvar.

Verifiquei que responde as questões dos seus visitantes e por isso quero colocar-lhe uma questão:

A minha avó materna e a minha mãe faleceram com a denominada a doença dos pezinhos.

Acha que eu também irei falecer com essa doença? O que fazer para que não a venha a ter?

Muito obrigada

Magda Rebelo Jacinto disse...

Olá Pedro Ramalho,

Tal como disse no artigo, não se sabe qual a causa do aparecimento da artrite reumatoide. No entanto, segundo Viana de Queiroz (Professor de Reumatologia da Faculdade de Medicina de Lisboa), a doença não é hereditária.

Magda Jacinto