quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Como Ensinar um Hemiplégico a Vestir-se


A Hemiplegia é a paralisação de um lado do corpo, caracterizada pela diminuição ou aumento do tónus muscular nos membros afectados devido a danos no motoneurónio superior. Ela é comumente causada por doenças vasculares, tumores ou traumas cerebrais. De um modo geral ela limita a funcionalidade e afecta a qualidade de vida. Um dos comprometimentos motores evidentes na hemiplegia é a tendência em transferir o peso corporal para o lado não afectado e a utilização do braço parético em poucas ou nenhuma tarefa cotidiana (dependendo do grau da lesão). Para podermos possibilitar a estas pessoas o maior grau de autonomia, temos que saber como as ensinar a desempenhar as actividades da vida diária. Assim, seguem-se dois exemplos:


Como ensinar a vestir uma camisa:





  1. Coloque a camisa sobre a coxa não afectada, na posição correcta para vestir.
  2. Mantenha o braço afectado pendente, relaxado.
  3. Com a mão não afectada, enrugue a manga da camisa do lado afectado e coloque a manga entre as pernas.
  4. Coloque o braço não afectado na manga da camisa.
  5. Sobe a camisa até ao ombro, com a mão não afectada.
  6. Pegue no colarinho e passe a camisa, por trás da cabeça, para o lado não afectado e vista esse lado.
  7. Arranja a camisa e aperte os botões.



Como vestir as calças:



1. Cruze as pernas.
2. Com a mão não afectada, vista a calça do lado afectado
3. Puxe a calça até ao joelhoColoque o pé no chão






5. Coloque as calças no chão.
6. Vista a perna não afectada
7. Puxe as calças até aos joelhos.




8. Apoie e coloque-se na posição de pé.
9. Puxe as calças até à cintura.Aperte o fecho (Velcro).

domingo, 26 de outubro de 2008

Terapia Ocupacional e Saúde do Trabalhador

Cada vez mais, o trabalho é muito importante para as pessoas, e é nesse ambiente que passam grande parte do seu dia. No entanto, o trabalho pode ser fonte de adoecimento, se não proporcionar ao trabalhador adequadas condições de trabalho, podendo acarretar várias doenças ocupacionais.

As doenças ocupacionais têm vindo a crescer ponto de vista da saúde colectiva, causando, além de gastos financeiros para as Entidades Empregadoras, enormes dificuldades sociais. Entre as principais doenças relacionadas à organização do trabalho, destacam-se as Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – LER/DORT e os sofrimentos psíquicos relacionados ao trabalho. Nessas doenças, as dificuldades estão em definir a natureza exacta da sua etiologia, mensurar e qualificar a dor e/ou sofrimento, a subjectividade e a invisibilidade. Aspectos referentes às condições e à organização do trabalho contribuem, de diferentes formas, para o acometimento dos trabalhadores: a produção com ritmo e velocidade acelerados; a intensificação da sobrecarga; o aumento dos movimentos repetitivos; a utilização das posições anatomicamente inadequadas para o ser humano; a sobrecarga nos grupos musculares e tendões; as relações autoritárias de poder; as desconfianças e competições entre os trabalhadores; a impossibilidade do trabalhador contribuir com sua experiência e aprendizado sobre o trabalho, etc.

A partir da compreensão de que o trabalho é gerador de doenças e sofrimento, a prevenção ganhou espaço e foi abordada principalmente através das condições e da organização do trabalho. Além disso, cresceu o número de trabalhadores excluídos socialmente. Portanto, deve-se intervir na prevenção no próprio espaço de trabalho e na reinserção social para os afastados/excluídos do mercado de trabalho.

A Terapia Ocupacional em saúde do trabalhador apresenta-se como uma ciência que realiza um trabalho integrado com outras ciências relacionadas à saúde, onde o Terapeuta Ocupacional está apto a procurar a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e orientando a participação dos mesmos em actividades seleccionadas para facilitar, restaurar, fortalecer e promover a saúde.

A Terapia Ocupacional intervém em diferentes niveis, dependendo do objetivo do tratamento (primário, secundário ou terciário).

  • No Nível Primário ou Preventivo o Terapeuta Ocupacional busca analisar o processo de trabalho, conhecendo detalhadamente a função de cada trabalhador sugerindo aos responsáveis pela empresa ou instituição, quando necessário, a modificação no processo do mesmo
  • No Nível Secundário ou Curativo o Terapeuta Ocupacional realiza uma avaliação do trabalhador, observando aspectos como dor, limitação da amplitude de movimento (ADM), presença de encurtamentos, força muscular (FM), coordenação motora e níveis de stress.
  • No Nível Terciário ou Reabilitador o Terapeuta Ocupacional trabalha aspectos alterados, contribuindo para a prevenção de deformidades e para a manutenção da capacidade residual, promovendo, quando necessário a troca de lateralidade, indicando junto ao trabalhador e à equipe uma nova função, ou a indicação de órtoteses ou próteses que facilitem o desempenho das diversas actividades.
Vejamos exemplos práticos que podem ajudar evitar doenças ocupacionais:
Postura correcta ao computador



Como levantar correctamente pesos







quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Dores nas Costas

As dores nas costas não são propriamente uma doença em si, mas um sintoma. O seu aparecimento revela que algo está mal, embora não especifique o quê.

A maior parte das pessoa já tiveram dores nas costas. Algumas são causadas por uma qualquer pressão mecânica ou dano nas costas que passam relativamente depressa. Uma má postura, esforços repetidos e o peso dos anos podem ser os responsáveis. No entanto, existem dores que são provocadas por desequilíbrios osteo-articulares, os quais necessitam de ser avaliados caso a caso.

Relativamente ao primeiro tipo de dores, por vezes basta alterar alguns hábitos errados, fazendo assim com que o estimulo desencadeador da dor seja eliminado.

No que respeita ao segundo tipo de dor referido, é muito importante que as pessoas tenham uma correcta avaliação da sua condição clínica. Só assim se poderá ter uma correcta e eficaz intervenção.

No entanto, e não sendo, de forma alguma, a solução para todos os problema, existem alguns exercícios que podem ser feitos em casa, isto porque, a maior parte das dores nas costas advêm de desequilíbrios musculares. Isto quer dizer que, fazendo fortalecimento muscular pode vir a corrigir desequilíbrios existente.

É de extrema importância saber que, um fortalecimento mal feito pode vir a desencadear ainda mais problemas, daí a importância da avaliação inicial (ver os músculos que já estão mais encurtados, ver os que necessitam de ser fortalecidos, etc…). No final dos exercícios é importante fazer alongamentos.



Exemplo de exercícios:





Exemplo de Alongamentos:


Susana, no que respeita ao seu caso, provavelmente, e sem ter conhecimento do seu real problema, você deve ter essas dores por passar bastante tempo a estudar, ao computador, etc…, provavelmente com posturas incorrectas e que exigem grande solicitação dos músculos da região afectada. A natação é normalmente o desporto de eleição nestes casos, pois fortalece a musculatura em geral, mas as modalidades que exigem manutenção da postura também podem ser benéficas como o Yoga e o Pilates.

Acima de tudo, o que deve fazer, caso seja o caso é começar por corrigir as posturas incorrectas.

Caso este caso se aplique a si, deve insistir nos seguintes exercícios e alongamentos:





Fortalecimento dos Músculos da Região Dorsal e Ombros
- Empurrar os cotovelos contra o solo e tentar descolar as omoplatas
- Deslocar 10 vezes
- Não empurrar com a cabeça contra o solo




Retração Escapular Usando a Faixa Terapêutica:
Fazer um nó no meio de uma faixa de um metro e meio.
Prender o nó em uma porta fechada, mais ou menos na altura dos ombros.
Posicionar-se a um metro de distância da porta segurando uma extremidade da faixa em cada mão.
Elevar as mãos, acima da altura dos ombros, com os cotovelos, as mãos e os ombros paralelos ao chão.
Comprimir as escápulas, uma de encontro à outra e puxar os cotovelos para trás, causando resistência e tencionando a faixa.
Manter por 5 segundos e retornar à posição inicial.
Fazer 3 séries de 10 repetições.


Alongamento dos Músculos do Tórax
- Os braços estão apoiados num canto da casa
- Dar um passo com a perna direita para diante e deslocar a barriga e o peito para frente
- Alongar 30 segundos
- Repetir 5 vezes
- Deverá sentir uma tensão nos músculos do peito
- Deslocar os braços e cotovelos para baixo ou para cima até encontrar a posição onde esta tensão é mais forte


Alongamento do Trapézio Superior
O músculo trapézio superior conecta o ombro à cabeça.
Sentar em uma posição reta, colocar o braço direito atrás das costas e, gentilmente, puxar a cabeça para o ombro esquerdo, com a mão esquerda.
O alongamento será sentido do lado direito.
Manter 30 segundos, voltar a posição inicial e então fazer para o outro lado.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Articulação Acromio-Clavicular

Antes de iniciar a explicação, saliento que o termo “separação do ombro de segundo grau” é o mesmo que luxação da articulação acrómio-clavicular de grau II, só que a primeira é “brasileiro” e a segunda “português”.



A estabilidade da articulação acromio-clavicular é conferida pela cápsula articular e pelos ligamentos córaco-claviculares (conóide e trapezóide). Devido à sua posição anatómica, esta articulação sofre frequentemente traumatismos que se traduzem na perda da sua integridade articular.

A lesão total dos mecanismos estabilizadores entre o acrómio e a clavícula é a luxação acromio-clavicular aguda que pode provocar importantes perturbações na força muscular do ombro e no mecanismo de deslizamento subacromial.

Quando falamos em luxações da acromio-clavicular, optamos normalmente pela classificação de Allman-Tossy, pois algumas vezes o exame radiológico é de difícil interpretação pela má definição da articulação acromio-clavicular. Esta classificação é mais abrangente e mais fácil de ser interpretada, pois as luxações acromio-claviculares dividem-se em:

Grau I – Pouca lesão ligamentos, não há separação dos ossos.


Grau II – Ruptura parcial dos ligamentos, não completa. Ao esforço, articulação apresenta dor e instabilidade.

Grau III – ligamentos completamente rompidos, com separação completa dos ossos, e deformidade visível.



No entanto, de acordo com Rockwood as luxações podem classificar-se desde o Grau I até ao Grau VI, sendo que Allman-Tossy engloba os Graus IV, V, VI na sua definição de Grau III. A percentagem do desvio e direcção da extremidade distal da clavícula definem as variações entre os Graus IV, V e VI.




Cuidados Continuados e Paliativos





Cuidados Continuados

São os doentes crónicos portadores de deficiência quem, ao longo da sua vida, precisa de cuidados de saúde de longa duração. Os cuidados continuados referem-se a um conjunto de serviços de saúde, pessoais e sociais, prestados durante um período prolongado a pessoas com deficiência, que nunca foram funcionalmente independentes, ou que sofrem de uma doença terminal.

As pessoas atingem uma maior longevidade e muitas delas, a precisarem de cuidados de saúde continuados, não têm familiares chegados que possam tratar deles. A esta situação acresce o facto de as pessoas terem menos filhos, assim como o divórcio. Por isso, os cuidados tendem a ser prestados por instituições ou ao domicílio.



Cuidados Paliativos

Com o avanço da tecnologia existem à disposição das pessoas com doenças terminais, meios que lhes proporcionam um prolongamento a vida. No entanto, alguns tomam a decisão de suspender o tratamento de suporte de vida, de alta tecnologia, em troca de uma morte tranquila. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, quando os prestadores de cuidados de saúde prestam cuidados paliativos, efectuam o seguinte:

  • Afirmam a vida e vêem a morte como um processo normal

  • Não aceleram nem adiantam a morte

  • Prestam o alívio da dor e de outros sintomas perturbadores

  • Integram os aspectos psicológico e espiritual dos cuidados ao utente

  • Oferecem um sistema de apoio para ajudar o utente a viver, de forma mais activa possível, até à morte

  • Oferecem um sistema de apoio para ajudar as famílias a lidar com a doença do utente e com a própria privação destas

Os cuidados paliativos são uma filosofia de cuidados completos durante o final de vida do utente. A abordagem aos cuidados geralmente envolve uma equipa interdisciplinar de médicos, enfermeiros, assistentes sociais, representantes religiosos e farmacêuticos. Uma abordagem de cuidados paliativos assegura que o utente tenha uma “boa morte”, livre de dor e sofrimento evitáveis, de acordo com a vontade do utente e da família e de acordo com as normas clínicas, culturais e éticas.




Potter, P.A.; Perry, A.G. (2003). Fundamentos de Enfermagem – Conceitos e Procedimentos. 5ª Ed. Lusociência. Loures.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ligamentos do Pé


Posição Lateral de Segurança


A Posição Lateral de Segurança (PLS) deve ser utilizada em toda a pessoa inconsciente porque permite uma melhor ventilação, libertando as vias aéreas superiores.

O que deve fazer:

- Com a vítima deitada, colocar a cabeça em hiper-extensão e de lado (para impedir a queda da língua para trás e a sufocação por sangue, vómitos ou secreções).
- Pôr o braço do lado para onde virou a cabeça ao longo do corpo.
- Flectir a coxa do outro lado.
- Rodar lentamente o bloco cabeça-pescoço-tronco.
- Manter a posição da cabeça para trás e para o lado, mantendo a boca aberta.
Poderão consultar o link mencionado para observar um vídeo elucidativo dos passos a dar para colocar a vítima em Posição Lateral de Segurança






terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sindrome do Tunel Carpico















A síndrome do túnel carpico resulta de uma neuropatia, causada pela compressão e irritação do nervo mediano no pulso. Este túnel é criado pela organização côncava dos ossos do carpo e pelo ligamento anular anterior do carpo. Nenhum dos componentes de tecido conjuntivo se expande com facilidade. Assim, uma inflamação do punho, ou aumento do tamanho dos tendões no túnel carpico pode produzir aumento da pressão dentro do túnel e comprimir o nervo mediano Muitas vezes é necessária uma intervenção cirúrgica para aliviar a pressão.

Este tipo de lesão é bastante comum em trabalhadores cujas actividades profissionais solicitem movimentos repetidos. Quando estes trabalhadores não alteram os seus maus hábitos estão sujeitos a desenvolver as chamadas Lesões de Esforço Repetido (L.E.R.), nas quais se inclui esta síndrome.


Sinais e Sintomas:

  • Parestesias
  • Diminuição da força muscular da mão
  • Diminuição da sensibilidade na face palmar dos 3 primeiros dedos, e metade do quarto.
  • Frequentemente os sintomas irradiam para o antebraço e braço
  • Teste positivo na manobra de Phalen (Faz-se uma flexão máxima com os punhos e a mesma é mantida por no mínimo um minuto. Pode desencadear parestesias e dor, sintomas comuns no túnel do carpo.)
  • Ocorrência de formigueiro sem dor após o examinador dar pancadinhas na superfície flexora do punho (manobra de Tinnel)

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Acidente Vascular Cerebral

Acidente Vascular Cerebral


Este termo utiliza-se para designar uma situação em que a irrigação sanguínea de uma parte do cérebro diminui súbita e gravemente causado por um coagulo (trombose cerebral) ou quando uma artéria rebenta e perde sangue para o interior do cérebro (hemorragia cerebral). Esta ultima acontece mais a indivíduos hipertensos. Em ambos os casos, as células cerebrais afectadas deixam de funcionar por completo. Cada área do cérebro controla um sistema ou parte diferente do corpo, e, qualquer deficiência resultante de um acidente vascular cerebral depende de quanto é que parte do cérebro foi afectado. Os acidentes vasculares cerebrais graves são quase sempre fatais, mas muitos recuperam de acidentes menores. Estes tipos de acidentes são mais comuns nos indivíduos com mais de 55 anos, nos que sofrem de perda de consciência, nos que tem problemas circulatórios ou nos que já tiveram ataques anteriormente. Os sintomas e sinais podem confundir-se com os de intoxicação alcoólica.
Sinais e Sintomas:
Súbita e violenta dor de cabeça.
Uma pulsação forte.
A vítima sente-se desorientada e confusa, podendo mostrar-se ansiosa e chorar.
Falta de equilíbrio e possível inconsciência.
Dependendo da extensão do A.V.C., podem aparecer uma ou mais das seguintes deficiências físicas:
Paralisia da boca - o canto da boca pode descair, a vítima salivar e arrastar a fala.
Enfraquecimento e perda de sensibilidade num ou em ambos os membros num dos lados do corpo.
Face congestionada, com a pele quente e seca.
Pupilas desigualmente dilatadas.
Incontinência urinária e fecal.

Objectivo:
Minimizar os efeitos da lesão cerebral e providenciar o transporte urgente para o hospital.

O que deve fazer:
Se a vítima estiver consciente, deite-a com a cabeça e os ombros ligeiramente levantados e apoiados. Coloque a cabeça de lado para que a saliva possa sair da boca.
Desaperte quaisquer pecas de roupa justas à volta do pescoço, do peito e da cintura para facilitar a circulação e a ventilação. NÃO ministre nada à vítima por via oral.
Se a vítima ficar inconsciente, abra-lhe a via área e verifique se ventila. Se necessário, execute o ABC da ressuscitação e coloque-a em P.L.S.
Envie com urgência a vítima para o hospital. Transporte-a numa maca, mantendo a posição adequada.